HISTÓRIA DA SEMANA
Aos poucos, todos os animais daquela floresta, começaram a mudar a sua casa para perto da poça. No meio de todos, veio uma raposa espertalhona e um coelho rechonchudinho. A raposa pensou logo: -Ui, que rico almoço! E nem preciso me cansar. É só ficar aqui toda refastelada junto da água, que ele vem ter comigo. E assim fez. Montou guarda junto à poça, impedindo o coelho de beber água. Passado alguns dias, o nosso amigo coelhinho, já estava todo, todo sequinho. E pensava lá com ele: «-Se não morro na boca da raposa, morro de sede! Tenho de arranjar uma solução.» Pensou... pensou... (é que quando as cabeças pensam, inventam grandes coisas) e o coelhinho descobriu mesmo uma forma de enganar a raposa. Foi junto de uma casinha de abelhas, uma colmeia, empurrou... empurrou... e a colmeia tombou. Lá de dentro começou a sair mel. O coelhinho rebolou-se no mel e ficou todo pegajoso. Depois foi debaixo de uma árvore, que tinha muitas folhas caídas e rebolou-se nelas. Ficou completamente mascarado. A raposa, sempre à espreita, viu chegar aquele bicho tão estranho e ficou intrigada: -Que bicho tão esquisito! Será bom para comer? -Hum! Não me parece. Tem tanta folha! Eu não gosto nada de folhas. Vou lá falar com ele. - De onde vens? - perguntou ela. -De muito longe. -E lá onde moras há muitos bichos como tu? -Há, há! - e continuou a beber. O coelhinho, quando se apanhou com a barriga bem cheia, pensou: «-Não sei quando conseguirei cá voltar, o melhor será tomar já um banho.» Se mal o pensou, pior o fez. Entrou na água e começou a chapinhar mas esqueceu-se que as folhas na água ficavam moles e caíam. Foi o que aconteceu. -Ah, seu malandro, pensavas que me enganavas? Espera que já te apanho! Tic, tic, tic...corria o coelhinho. Tchoc, tchoc, tchoc... saltava a água na sua barriga. Tac, tac, tac... a raposa furiosa, quase em cima dele. Quando o coelhinho já se sentia molhado pela saliva da raposa, e ela o sabor a coelho, aparece na frente deles uma árvore velhota, com buracos no tronco. O coelho, muito rápido, entrou num buraco e subiu por dentro do tronco. A raposa ia tão convencida de que o apanhava, que nem reparou no tamanho do buraco. Enfiou-se por ali a dentro e ficou presa, não entrava nem saía.O nosso amiguinho, que espreitava encarrapitado no tronco, ao vê-la naquela situação, saltou para o chão, dirigiu-se à raposa que esperneava e deu-lhe uma valente dentada no rabo, enquanto dizia: -Toma, bem feito, que é para me deixares em paz! A água na terra deve ser para todos. A raposa só no outro dia, e depois de muito puxar, conseguiu sair mas estava toda arranhada. Ficou-lhe de lição e nunca mais correu atrás do coelhinho. Bendito e louvado, está o conto acabado. |